A célula viva é um compartimento microscópico isolado do ambiente por uma finíssima película, a membrana plasmática, constituída fundamentalmente por fosfolípidos e proteínas.
A membrana selecciona o que entra e o que sai, mantendo o meio celular interno adequado às necessidades da célula.
Apesar de ser muito fina — cerca de 7,5 nanómetros (nm) de espessura — a membrana plasmática é extremamente complexa e versátil, desempenhando inúmeras funções.
Os cientistas já descobriram, por exemplo, que os pigmeus africanos, embora produzam quantidades normais de hormonas de crescimento, têm baixa estatura devido a uma característica genética da população: a ausência, nas membranas celulares, de um tipo de proteína capaz de se combinar à hormona de crescimento.
O estudo da doença conhecida por diabetes melito, na qual a pessoa afectada tem altos níveis de glicose no sangue, revelou outra função importante da membrana plasmática.
No tipo mais comum de diabetes (tardio, ou do tipo II), as membranas celulares da pessoa diabética possuem poucas proteínas receptoras para a hormona insulina, que dá o sinal para as células absorverem glicose.
Na falta de receptores de hormona, pouca glicose penetra nas células e o nível desse açúcar torna-se elevado no sangue, causando o quadro clínico do diabetes melito. Essas novas descobertas podem possibilitar, no futuro, tratamentos mais eficazes e até a cura para esse problema.